This post is in Portuguese for the most part as it is aimed more for those readers than others. Nevertheless you may enjoy a picture of a vehicle that lived a full life, in perfect health and mint condition, that died a hero's death.
(It went up in flames on a road in the middle of the wilderness
in the soulful heartland of Portugal's Alentejo ♥ )
in the soulful heartland of Portugal's Alentejo ♥ )
- The three of us that were in it jumped out and helplessly stood witness to the end of a myth.
It now roams (with its majestic, silent roar) on the lofty plains of Valhala, or more appropriately even
the forever rolling drifts of sand, mountains, forests and grasslands of
The Celtiberian Heavenly Planes of Hispania
(- wherever that may be)
"Coisa Azul" - (1985 - 2008)
________________________________________________________________________________There is also if you should so wish to hear (at the bottom of this post), a rendition of a fado with lyrics translated "à la lettre" as requested by the pianist who, not being fond of playing on non-acoustic instruments, performed on a "toy" as he called it. Unwittingly when we agreed to use it in our repertoir to inaugurate a friend's new venue (in the Alentejo region of Portugal), it seems to ironically foreshadow the event that was to occur. The only time we had ever played the piece, it had been agreed upon and arranged by phone, the other musicians on the saxophone, double bass and drums, were to be informed there "in loco". It was performed later in the evening after «Coisa Azul»'s demise.After a long "life" in prestine condition, he just burst into flames. It was a funeral pyre, and a majestic farewell.
Apesar de sempre ter concordado com alguém que já cá não está mas que se mantém bem vivo, e amado, no meu coração, que um carro é um electrodoméstico, digo, há objectos neste mundo que têm um carisma e uma força que de facto os faz atingir outros níveis de existência. Sente-se e repara-se quando estão presentes.
Este artigo vem a propósito das medidas anunciadas pela Câmara de Lisboa, capital do país, que cada vez mais mostra que não é para os que são deste país, nem tão pouco para os Lisboetas (nos quais eu me incluo, tendo, da parte de minha mãe, várias gerações de Alfacinhas).
Com tanta austeridade, os bolsos da maioria estando mais leve, muito mais leve, não se entende.
Com tanto zelo, e acho muito bem que o haja, nas inspecções para verificar entre outras coisas as emissões que saem dos carros, não entendo.
E mais, com tanta multa, e no valor que é praticado, para obrigar os cidadãos circularem com carros que respeitem os valores exigidos, uma medida aplicada de forma tão incoerente e anti-pedagógica (é o mínimo que se pode dizer, e é coisa que não ocorre em Lisboa, mas em todo o país).
Para ser útil tais multas, nenhum sentido faz ser de 250€ aplicável logo a partir do dia da matricula (e não mês, como não muito atrás ocorria), e cada vez que é parado, independentemente ser apenas horas depois até.
Se real vontade houvesse em zelar pela nossa segurança circular, quer a nível mecânico, eléctrico, chassi ou respirabilidade do ar de todos nós, nem que seja através da técnica "pedagógica" da aplicação de multas, nunca assim seria feito. Quanto muito, para mais nos dias de hoje, tão "ciberóinformatizados" em tanta coisa que nem lembra o diabo, dariam um aviso (com registo informático, quando escrevessem nos seus computadores de bordo, a matricula) na primeira semana, por exemplo, multa de sei lá.., 30€ ou assim para a segunda semana, indo até aos 250 ou mais, sei lá.. conforme passar o tempo ou ser o "n" aviso registado, com ou sem multa prévia aplicada, ou mesmo uma apreensão se o veículo tiver 5 avisos ou mais de um ano após a última data de inspecção (tendo levado multas, avisos, ou não).
Da forma como é, apenas é uma caça à multa e nada mais.
Assim como o é esta medida parece-me absurda.
Parece-me absurda e digo porquê.
Para o fazer, coloco aqui o diálogo que ocorreu entre pessoas num "post" numa rede social (fb), de uma pessoa amiga. Como o "post" está visível para o público em geral, deixo também uma ligação para poderem aceder directamente à fonte original de tal diálogo.
LIGAÇÂO - FB
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«
Haja o bom-senso de voltar atrás e não beneficiar os que têm posses para trocar de carro mais frequentemente.
(link via Zé-António Pimenta de França)
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Deixo também ligações que falam de tais medidas:
(ligação que contém um mapa das zonas com proibição - fonte CML) - http://www.cm-lisboa.pt/fileadmin/VIVER/Mobilidade/ZER/ZERLisboa_3fase_flyerA5_janeiro2015.pdf
(outras ligações)
- http://www.cm-lisboa.pt/viver/mobilidade/zonas-emissoes-reduzidas
- https://www.facebook.com/photo.php?fbid=396340637208357&set=a.180122178830205.1073741825.100004972714721&type=1
- http://sicnoticias.sapo.pt/pais/2015-01-16-Policia-fiscaliza-zonas-restritas-a-circulacao-em-Lisboa
Só vos digo o seguinte, o carro que está na imagem acima, que trabalhava de origem a gasolina sem chumbo, que no seu país de origem, ao contrário do que muitos pensam todos na altura fabricados, tanto quanto saiba e me recordo, eram construídos consoante a lei que já estava em prática naquele continente desde a "crise com combustíveis" que tiveram e que me lembro tão bem, em meados da década de 70. Em 1985 já pouquíssimas bombas de gasolina forneciam combustível para carros de combustível com chumbo.
Aquele Ford para além de poluir pouco, como era obrigatório na altura de sua construcção (e foi o último ano em que aquele modelo "clássico" foi construído), tinha um motor que nunca mais acabava e já se sabe, músculo. Poluía menos que muitos carros bem mais recentes de outras paragens, e até o seu épico fim, sempre foi uma estrela nas inspecções, não só a nível da mecânica etc, mas a nível das emissões que lhe saiam do escape.
Tinha, isso sim, para gastar menos combustível, agarrar mais à estrada (sendo de tracção atrás), trepar tudo ainda com mais garra e velocidade (tendo que se ter cuidado com a dita), tinha de estar carregada com uma carga com peso de jeito, quanto mais, mais correspondia à sua real capacidade.
Enfim, já não há daqueles.
Não há, mas há outros, nipónicos, francófonos, o que for, mas que certamente deverão ser avaliados não pelo ano, mas pela condição em que se encontram, e em todos os sentidos.
O último comentário no diálogo que acima coloco, é de salientar (não é só este, mas este é muito significativo, muito mesmo)
Deixo agora algumas ligações, para quem quiser ver algumas coisas sobre a história da forma que em alguns locais se fez em relação à introdução de catalisadores no fabrico dos veículos construídos (ou deixar que se alterasse à posteriori)
1 - http://www.lead.org.au/Chronology-Making_Leaded_Petrol_History.pdf
2 - http://yosemite.epa.gov/R10/airpage.nsf/webpage/Leaded+Gas+Phaseout
3 - http://www.autolife.umd.umich.edu/Environment/E_Overview/E_Overview4.htm
Por fim vos digo, tudo, não só nós mas tudo, mesmo todas as lendas, têm o seu fim.
Éramos três, o carro levou-nos mais os nossos instrumentos, piano - eléctrico (naquele caso tinha de ser), mais bateria, malas, pautas, instrumento de sopro, stands, estantes, cabos, etc. em segurança e conforto, até ao destino, até ao seu destino.
(retomando o assunto inicial deste artigo)
Ia-se inaugurar e presenciar o nascimento de uma "nova vida", e etapa, de uma amiga querida.
Não adivinhávamos que na manhã seguinte ao sairmos os três de casa, onde tínhamos pernoitado, para chegar a algum ponto onde houvesse "civilização" para nos alimentar, iríamos ser parte presente de uma cerimónia marcada pela azulada criatura de aço.
Quando saltámos os três, com os poucos instantes que tínhamos para o fazer, da criatura (estranhamente parecia que o "Coisa Azul" aguentou, com a sua segurança que se lhe conhecia, até conseguirmos sair sãos e salvos e correr até uma distância segura), ficamos ali, na estrada, à chuva, a olhar, enquanto os bombeiros que nunca mais chegavam, pudessem comparecer, pois estávamos "atrás do sol posto", no Alentejo.
Aquilo mexendo connosco de tanta maneira, ali testemunhamos o último momento, o fim do "Coisa Azul" nestes reinos.
Enquanto as chamas, atiçadas pela chuva, e mais tarde re-atiçadas pelo chuveiro dos bombeiros quando finalmente chegaram e que inadvertidamente lançaram, sem repararem aparentemente que à chuva estavam, também eles numa espécie de feitiço (adoro e respeito bombeiros, e sei que sendo humanos, eles também por vezes se enganam.. Que dizer? Parecia que também tinham de fazer parte do filme, que por norma apagam mas que alí, atónitos, alimentaram as chamas sem querer, fazendo cumprir até ao brilho da chapa a função funerária auto-imolante, feito pira final, já sem tinta ou fosse o que fosse que se visse, restasse);
dizia, que enquanto as chamas conquistavam as suas azuis "carnes", e restantes entranhas, parecia que o Tempo (o tal escultor) se dividisse. Um tempo para as chamas, outro para os mortais.
(E fica aqui um registo, com letra traduzida "à letra" (tal como me tinha sido pedido anteriormente pelo homem do piano (tendo que usar um "brinquedo", como lhe chamava, e não um piano) na noite após a saída de cena do "Coisa Azul". Tentando-nos abstrair do ocorrido, foi assim, uma despedida naquele momento em que se inaugurava uma nova etapa na vida de uma amiga, no Alentejo.)
Não, já não se fazem carros assim.
Boa noite,
a todos.
https://www.ramdass.org/seeing-humor-predicament/
ReplyDelete...............indeed