Thursday, 24 December 2015

Uma nota para esta temporada - (Part 1)

É nestas alturas que, de forma gritante, até, que se pode medir a Humanidade, e com tanta reclamação (independentemente de serem ou não justas) sobre as hipocrisias de certas épocas, urge actuar, para não nos envenenarmos mais ainda. Parece-me que é assim. 



Deixo por isso mesmo um texto, de João Branco (escrito no blogue - Aventar), artigo que vi por ter sido partilhado por Isabel Duarte e, com uma nota intoductória de quem também a publicou, e assim o vi - de Joseph Praetorius
É preciso rever todas as mortes em contexto hospitalar nestes 4 anos. Nem nos homicidios por negligência pode haver crime continuado, há necessariamente um crime por cada morte, nunca excluindo a viabilidade plausível do crime contra a humanidade previsto no Direito Internacional Penal... Depois, é rever todas as mortes que ocorreram no contexto do corte de transportes e limitações administrativas de medicação. Isto feito, ao cárcere! Preventivamente. Com todos os cúmplices e todos os co-autores. Com os mandantes, também. E todos os beneficiários da acção criminosa. Nunca esquecendo o arrolamento cautelar de todos os bens - de todos - para garantirem as indemnizações a pagar, aos lesados e ao Estado.

(J. P.)
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ONDE SE EXPLICA O QUE É PRECISO SABER:
(do artigo) 
"Pelo meio, passando de fininho sob os pingos da chuva está o ministro Paulo Macedo. Empurrado pelos privados, o antigo gestor dos seguros de saúde do Millenium BCP entrou no governo de Pedro Passos Coelho com a missão de fazer entrar o SNS em total ruptura para levar o máximo número de cidadãos para o privado. Durante 4 anos, ditando a sua lei de completa desregulação, Macedo, castigou a saúde como se não houvesse amanhã, promovendo o aumento das taxas moderadoras nos hospitais para valores mais altos do que as mensalidades que algumas seguradoras do ramo oferecem. Criou uma autêntica situação de ruptura nos hospitais distritais, enfiando para lá todas as especialidades e valências que tinham sucesso e um comprovado atestado de eficiência em hospitais menores, eficiência que se perdeu nos primeiros fruto de uma constante diminuição (ele chamava de racionalização) no número de camas existentes para internamento, item no qual Portugal tem, actualmente, um dos piores registos da OCDE. Pelo meio encerrou urgências e criou situações de cuidados básicos de proximidade que não são pura e simplesmente capazes de dar respostas a problemas que necessitem por exemplo de uma simples operação. Curioso é, pensar, que grande parte dessas alterações foram realizadas no interior em concelhos que distam a 50 ou mais quilómetros do hospital mais próximo.Macedo, especialista na arte de cortar, desmotivou profissionais clínicos de todas as maneiras e feitios. Ora pelos cortes salariais que empurrar milhares de médicos e enfermeiros para os privados. Ora pela criação subita do médico à peça ou do médico tarefeiro, profissional que, trabalhando aqui e ali ao dia, acaba por não ser um profissional entrosado nas equipas médicas onde é chamado a trabalhar e tampouco se sente motivado para promover qualidade no atendimento. Ora, pela mais indigna forma possível de romper: pela falta de meios (desgraçados dos tipos do INEM que andam a arriscar couro e cabelo por 800 euros, sujeitos muitas vezes a morrer na estrada para levar os doentes mais rapidamente ao hospital). Por outro lado, os cortes de Macedo levaram a situações como a do David, um jovem de 29 anos que morreu durante um fim-de-semana no Hospital de São José porque o SNS achou que a racionalização começa na falta de meios e na falta de profissionais durante 24 horas por dia. Porque Macedo acreditava que uma morte sai bem mais barata ao estado do que o pagamento de um clínico de especialidade. Porque Macedo, noutros casos que bem conhecemos durante o inverno de 2014\2015 não se importou de ver gente a morrer nas urgências à espera de uma consulta e no caso dos doentes de Hepatite C, o Estado não podia gastar o que fosse preciso para salvar uma pessoa que durante uma vida trabalhou para ter direito ao seu bem mais básico: a saúde.A História do David é triste. Regresso ao Aventar para lembrá-la. À responsabilidade (jurídica) de Paulo Macedo, num país onde este tipo de criminosos continua a viver de rosto alegre, impune a todos os actos maldosos que cometeu."



Homenagem de João Branco, no Blogue Aventar, ao grandioso e indiscutido Paulo Macedo, ex-sinistro dos impostos e da saúde. 








(ab ovo - IV,



 Guida Almeida,
técnica mista,
2001/2002)

















Só tenho uma coisa a acrescentar: demasiadas vezes me vem à memória um dos livros de Conrad, para meu gosto, embora seja um livro que muito aprecio - "O coração das trevas".







Volto amanhã, para deixar outra mensagem, também pelo natal, mas para para desejar um bom natal,
aos que passarem, e que têem passado, por este blog.



Boa noite.











1 comment:

  1. É tudo muito natalício, por um lado a Opus.. (e com a Opus, podia ser uma maçonaria, mas neste caso é a Opus, que é mais natalícia - vem o Millenium BCP, e com o Millenium BCP vem, ''o antigo gestor dos seguros de saúde do Millenium BCP'' ), por outro lado.., ora bolas, que isto não tem lado que se pegue. Já que se usam agendas que ninguém vota quando há eleições, porque não se usam as camisolas, com o "grupo" a que pertencem.. Pois, e depois, se quiserem, mencionem partidos..
    A esses, deixo pela época que é, uma música - (LINK) https://www.youtube.com/watch?v=k_1F0BYv8hI

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