Monday, 7 May 2012

Constança Capdeville - Na Outra Margem (the radio program - programa de Manuela Paraíso)



[ Special Note: please scroll down and place the players for the four parts of the broadcast on "pause", untill you wish to hear any of them - SEPARATELY.  I'm sorry but I have not yet found a way for their not automatically "going off".. 

On the other hand by discovering and leaving said quirk as is, it somewhat pleases my sences that on its being played as thus, what in truth I see as being a piece for
« four/part: podcast players emanating simultaneous  'subjective' materials »
- leave a *special mark*  here in ciberspace. ]



[ Peço que por favor desçam nesta página até onde se encontram os leitores das quatro partes do programa  - Na Outra Margem, e os ponham em "pausa", até se desejar ouvir qualquer um deles.  Eu peço perdão pela minha azelhice mas não encontrei, para já, forma de não se accionar o disparar em "automático" dos mesmos, o que não deixa de ser uma "composição musical" interessante :-), e, apesar de não ser esse o meu propósito ao colocá-las aqui,  assim as deixo.. na esperança de, de alguma maneira, agradar com tal "obra" (para quatro leitores:vozes&sons "subjectivas")
- os "ouvidos" de quem se fala... ]









To my readers who do not read Portuguese: I beg your indulgence as this article is regarding a program transmitted days ago in this language regarding a prized Portuguese composer, one that was given the Medal for Cultural Merit along with the Insignia of the Order of Santiago da Espada among other signs of recognition for her remarkeable musical oeuvre. When I say "oeuvre" I mean not only her body of "work", but also the shaping of such in others. Still today one can feel her exceptional influence 20 years after her having left us.  It hardens my heart to say what I'm about to say, but I fear I must. 
One would think that a nation owing so much to such a person; one that had commissioned her work,  received from her hands the likes of people such as
-  Eurico Carrapatoso, António de Sousa Dias, António Chagas Rosa, Virgílio Melo, Sérgio Azevedo, and countless other masters of the art would have some semblance of rememberance.  I do not see her music celebrated on stages anywhere.  It shames me to say it but it is true.   On the other hand a shining exception, the rádio program known as "Na Outra Margem", a program of exceptional quality at the very forefront and absolute leader when it comes to informing what actually goes on in the music world of the country, being virtually the only program that acurately reflects  (in a lively, attractive manner I must add) the nation's rich music history and cultural heritage.
For anyone interested in seeing older broadcasts by this very same team I am more than pleased to leave the program's older, previous site. If you can get through the language barrier it has many links to recorded podcasts that reflect said heritage. It is a worthwhile visit -
Na Outra Margem prior to 2012

Thank you for reading.




Trago para aqui o artigo contido no blogue

(tomei a liberdade de copiar o original),

- do programa de Manuela Paraíso.

Um programa que como se sabe é singular no que respeita ao tempo, cuidado, e atenção que dá à NOSSA música
(música que por falta de outro termo chamaremos de "erudita", assim como a de outros géneros
)  
Não tenho memória de outro programa, quer seja de rádio, quer seja de televisão, ter o conteúdo e a
(boa) qualidade que este tem
Passo ao motivo deste meu 'post', mas não antes sem deixar aqui o meu profundo agradecimento à Manuela Paraíso, que tanto carinho e devoção tem dado aos nossos autores (e executantes).   O programa, cuja gravação aqui está incluída, em "podcast", é sobre alguém que era muito querida a muitos de nós, no mundo da música e não só.

A influência da Constança sobre o nosso meio musical foi, e é ainda muito forte.  Apenas por motivos de amizade, alguma falta de jeito, e também por ter sido uma perda sentida, é que me é difícil escrever muito mais que isto..


Apenas acrescento este agradecimento pelo que eu ouvi, que me deixou comovida, ou melhor, para ser mais precisa, com os olhos bem húmidos.. 


Obrigada Manuela por este "presente".
Bem hajas!


Também vou acrescentar o meu continuado desgosto pelo facto de ...

Não vi nem nos Dias da Música do CCB (ou outros dias por lá..) nem noutros palcos.., sinal de sua obra. 
A tal obra de alguém que marcou  tantos (alunos, colegas, executantes). Uma pessoa que recebeu a
Medalha de Mérito Cultural, assim como o Grau de Comendador da Ordem de Sant'Iago da Espada, relevante ao nível que foi na composição musical
, formadora de tantos.......... que este ano teria feito 75 anos, e que nos deixou há 20.


Ela marcou a vida da nata da criação e execução musical do país, e não se pode dizer apenas da música erudita, muitos também do Jazz, assim como doutros géneros. Não quero fazer uma lista de nomes porque me vem à cabeça tantos nomes que nunca mais saía daqui. Posso mencionar alguns, pedindo perdão porque sei de certeza me vou esquecer de nomes bem relevantes.. (mais um motivo pela qual não queria fazer a tal lista)
Enfim, algumas das pessoas que ela marcou, quer seja como pedagoga, como colega, ou como compositora/executante foram: Jorge Peixinho, Eurico Carrapatoso, Pedro Wallenstein, Rui Horta, António Sousa Dias, Olga Prats, António Chagas Rosa, Emídio Coutinho, Rui Vieira Nery, Miguel & Paula Azguime, Virgílio Melo, Carlos Alberto Augusto, Sérgio Azevedo, e tantos, tantos outros.


 


Deixo-vos, de seguida e tal como prometi, o "post" original do programa
Na Outra Margem

 

 ...

 

 

Na Outra Margem 02/05/2012


A música em lugares onde não estava, como não estava – em comunhão com o teatro, a dança, a poesia, a pintura, o cinema. Precursora em Portugal duma criação musical diferente e integrada com outras artes, autora duma linguagem poética em todos os géneros musicais que desenvolveu, marcou fortemente todos os que com ela trabalharam e conviveram - alunos, intérpretes, colegas nos agrupamentos ColecViva e Convivium Musicum. Nos 75 anos do seu nascimento e 20 depois da sua morte, Na Outra Margem evoca Constança Capdeville, através da sua música e de uma conversa com dois compositores que foram seus alunos, António de Sousa Dias e António Chagas Rosa (de quem ouvimos, além dos testemunhos, fragmentos de duas obras que dedicaram a Capdeville). Na 3ª e 4ª partes, respectivamente, os depoimentos da pianista Olga Prats, amiga pessoal e colaboradora de Capdeville (e cujos 60 anos de carreira são celebrados no próximo sábado, 5 de Maio, num concerto no Centro Cultural Olga Cadaval, em Sintra, no qual será interpretada uma peça da compositora), e da investigadora Maria João Serrão, autora do livro Constança Capdeville Entre o Teatro e a Música (Ed. Colibri/CESEM).
Ouvir em podcast:     Parte 1    Parte 2    Parte 3    Parte 4






. . .



(part 1)




(part 2)




(part 3)





(part 4)








Sobre o programa Na Outra Margem, este é, e muito poucos mais são (pouquíssimos mesmo), uma das agulhas no gigantesco palheiro de esquecimento daquilo que somos, temos sido, e quiçá, seremos.. 

Como é sabido, tudo que nos rodeia tem sido, um constante "inexistir", devido à notória e continuada política que desvaloriza os nossos autores / executantes, e a nossa história desta arte musical (do passado ao presente).  Nem posso dizer que é por maldade.. Só pode ser ou devido a uma profunda ignorância acoplada de muita falta de humildade, sem a necessária sabedoria para saber procurar o que é preciso para fazer programação e promoção dos nossos valores (actuais e/ou passados), ou alguma estranha tacanhez de espírito. 
Já vi tanta gente; de estratos sociais, faixas etárias, e localidades tão dispares, com mágoa sincera ao verificarem (por um motivo ou outro) esta falta de interesse pela nossa história que naturalmente tal como ocorre com qualquer povo, está recheada de momentos e de pessoas dotadas de grande genialidade quer na execução quer na escrita.  

Este "apagar" daquilo que somos, que nos é constantemente incutida, e não estranhada onde deveria ser o primeiro bastião de defesa dos nossos tesouros musicais, é boçal. E mais, tendo em conta que as "artes" dão sempre lucro
(lucros em vários sentidos, enclusive, o da economia..),
não se entende tal coisa, é um absurdo.
Para quê culpar as pessoas quando a maioria dos programadores assim como os responsáveis políticos da área, fazem o que fazem.  Não se vislumbra em décadas um ano que seja onde sequer 1% do orçamento de estado fosse para a "Cultura".  Os números são verificáveis, os nossos, assim como a diferença nos mesmos que tem havido ao longo de muito tempo em outros países da UE (países que sempre receberam muitíssimo mais de volta do que investiram em tal coisa) .  Países onde creio não haver birras pessoais que boicotam este ou aquele autor de receber um galardão internacional, ou ser divulgada a obra dele(dela) fora do país..
(episódios tristes, que nada gosto recordar)


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