tag:blogger.com,1999:blog-5682863000189969084.post108383814044921569..comments2023-05-04T22:43:43.113+01:00Comments on Guida Fine Arts: Celebrating September 23Tuliphttp://www.blogger.com/profile/02593535627037274971noreply@blogger.comBlogger1125tag:blogger.com,1999:blog-5682863000189969084.post-92096429688692988572011-09-23T15:08:22.526+01:002011-09-23T15:08:22.526+01:00Como me foi dito haver dificuldade em comentar aqu...Como me foi dito haver dificuldade em comentar aqui, vou tentar eu escrever algo. E para esse efeito trago uma coisa que também é muito.. Muito, não, é tão ao gosto de quem está na fotografia acima, que dói.. E embora seja uma tarefa impossível lembrar qual obra ele mais apreciava deste 'múltiplo' senhor, fica este, poema que me lembro ouvir desde sempre..<br /> <br /><br /><br />« O Mistério das Cousas »<br /><br />O mistério das cousas, onde está ele?<br />Onde está ele que não aparece<br />Pelo menos a mostrar-nos que é mistério?<br />Que sabe o rio disso e que sabe a árvore?<br />E eu, que não sou mais do que eles, que sei disso?<br />Sempre que olho para as cousas e penso no que os<br />homens pensam delas,<br />Rio como um regato que soa fresco numa pedra.<br />Porque o único sentido oculto das cousas<br />É elas não terem sentido oculto nenhum,<br />É mais estranho do que todas as estranhezas<br />E do que os sonhos de todos os poetas<br />E os pensamentos de todos os filósofos,<br />Que as cousas sejam realmente o que parecem ser<br />E não haja nada que compreender.<br />Sim, eis o que os meus sentidos aprenderam sozinhos: —<br />As cousas não têm significação: têm existência.<br />As cousas são o único sentido oculto das cousas.<br /><br />Alberto Caeiro, O Guardador de Rebanhos - Poema XXXIXTuliphttps://www.blogger.com/profile/02593535627037274971noreply@blogger.com