Friday 27 February 2015

Título? Não sei pôr um título a isto. (written in PT / EN but felt in no particular idiom..)

Há dias que não se consegue entender o mundo..


Ou antes, não se quer entendê-lo.. e não somos sempre obrigados a entendê-lo, que raio.
Há alturas em que se pode parar, respirar fundo, e entender quanto baste para passar de um dia para o outro.

- mas uma coisa sei, o que nos toca em termos de beleza
 não nos deixa nunca, embora por vezes.. por vezes a dor é forte, tão forte e aguda..
O que por ventura nos vale é que o amor é algo que não se pode extinguir, mesmo que o corpo nos falhe, ou que os planos, este e outros, deixem de aparentemente se cruzar, pois o tempo tal como o espaço, sendo dimensões perceptíveis e ferramentas para a nossa mente humana apreender o que tomamos por realidade, são o que são, relativos, e E = mc^2 ......isso também;
 e já nem mais nada digo porque divago e em certas alturas de nada serve tal coisa.


Viva o amor, que é vida e é o que desta vida se leva.
Viva o amor.
E quando alguém o recebe, recebe "vida', vê-se-lhe nos olhos, e esses, os tais espelhos da alma
não mentem quando apaixonados ou amados são.











Há alturas em que gostaria ter jeito para as palavras, sobretudo quando se quer dar um afago na alma de alguém, e não se o sabe fazer.
Faltam as palavras, só se tem aquele ombro amigo..




Um beijo no coração a quem entende a razão de deambular neste assunto, e outros, para outros que possam porventura por aqui passar e uma de duas coisas acharem:
- ficou tonta de vez, lá está ela com estas coisas.. pffffffffff..outra vez..pfffffff.. (mas a malta é amiga, temos paciência quando lhe dá para aqui, sabemos que é uma lamechas)
- de que raio está ela a falar? Se ela se puser a divagar outra vez, meto-lhe um prato de morangos pela frente e ela cala-se.., pelo menos por uns instantes ♥
........(e ainda haverão outros que, "Hippie Peace Freaks" incuráveis sendo, mal vejam a palavra «amor» levantem de imediato os dois dedos ostentando aquele símbolo - entoando um mantra para dentro de si mesmos, um "om" qualquer ou especifico, coisa que naturalmente faz bem a qualquer um.. enfim)








painting by - Aurélia de Souza (image found *here)














Sometimes, when we get the chance to bear witness to the glow within a person's eyes (something unfortunately not visible, in everyone's gaze) whilst in the arms of the person they love and feel loved by, one indeed "feels" and recalls the knowledge of how time and space are so very relative..
- each moment being a millennium (or more), space curving to the pace of time, where one can hear and feel the sweet laughter of countless children of all ages discovering the world about them for instance, and feel the sun's warmth upon the brow..  (many beautiful things come to mind instantly - and one's heart becomes glad)

Everything else seems to stop as the happy pair moves..
and off they go.., "regular" perception.., is slowly returned.., turned back on, back into the habitual and relative perception of things, yet one's mass is changed it seems.

Love, be it our own or that of others + the warmth bestowed upon us for bearing witness (to its shine) gives us mass it seems..  If E = mc^2 that's something to account for indeed.


(this was not a translation, but a continuation.. as it seems to be with all things, though I know naught about anything and each day less)







Good night.
(the Portuguese was for a friend plus some others, the English.. well, it's some sort of note to myself I suppose)



Thursday 5 February 2015

Ricardo:


Ricardo:




(imagem retirada daqui / photo from -  link  &   LINK)







Ora Ricarduxo, o que é que eu posso dizer?

Que sempre soube que eras especial, desde 1789 ou 90 ou lá o que era o ano em que te conheci?
Todos o sabiam, e 'todos' eram (éramos) muitos, pois afectaste a vida de tanta gente, dentro e fora deste país.
És prova que os "mass-mixórdia" no teu caso era escusado, tal é a dimensão da quantidade de gente que tocaste com essa tua maneira de estar, de lutar, de sentir e agir, de se Ser.

Que posso eu dizer mais que outros que, de forma eloquente, já disseram de ti, antes e depois desse teu estômago de uma figa nos ter fintado de forma tão cruel?


Que eras realmente uma ave rara, muito rara, num mundo hostil de feras?
Eras, mas isso sempre se soube e verificou.., sentia-se com cada gesto teu, meu querido amigo.

Que eras mesmo completamente destemido, e não paravas?
Sempre o soubemos e via-se no dia a dia, neste assim como noutros locais do globo.

Que eras tão feroz quão cuidadoso, e de uma doce ternura, em todas as acções, lutas, e na vida?
Aqui também não há novidade para ninguém meu lindo amigo,  não há.

Que mesmo as tuas fragilidades (todos temos) tinham uma graça imensurável?
Tinham pois, e quem te conhecia de perto bem o sabia.

Que o teu humanismo desarmava?

Que salvaste muitos?

Que tinhas uma inteligência múltipla que de forma rápida agia, num ápice (para ti podia parecer que hesitavas, com a velocidade que esse pensamento seguia.., mas para quem visse..), ante situações que sabias serem de perigo mas onde a tua alma, que sempre lutou para cuidar, proteger e salvaguardar, mesmo que antevisses que quem vias ia ser encurralado, e em que lá ias tu, e.... ?

(sim, sempre, como sempre, assim foste feito e assim sempre foste. é como constatar que o oxigénio em estado líquido é azul e que ao mesmo tempo é precisamente o oxigénio que torna o sangue vermelho.......,)

Pois, como dizias, eras alto, estavas preparado, nem que fosse apenas para denunciar, e que antes que pudessem chegar a "x" estavas lá tu, acontecesse o que acontecesse.





Homem de letras, de grande sensibilidade, com uma cultura geral vastíssima como não podia deixar de ser
(..pois é, acabei por nunca chegar a ver o "desembrulhar" como dizias, nesta casa final onde viveste, essa tua biblioteca.., como tanto me falaste e me atiçavas para ver, e que recentemente com infelicidade viste aumentar com os livros da casa de teus pais.. (ah, esse estômago'.., se o apanho.., vai ouvir das boas, ah, vai, vai)....) ,
e de uma grande ternura, viste e viveste situações levados da breca, e viveste coisas de uma beleza deslumbrante..

Viveste muito, sempre muito, e sempre intensamente (e tinhas acabado de fazer os teus 49 aninhos..... apenas).


Não, não vou escrever mais.
Para mais acabo de ver que hoje já é dia 5 de Fevereiro e, só agora dei conta disso (e apesar de não ligar assim tanto a efemeridades, contrario-me, meu querido Ricardimininimini. É que faz exactamente 20 anos que meu Pai partiu, após meses de uma luta semelhante, uma altura complicada, onde na tentativa de não sobrar para outros, me fechei para o mundo.. Deixei de ver queridos amigos, como tu, assim como o homem que na altura tinha acabado de entrar na minha vida de forma intensa.. Não podia, não conseguia dizer, tal como a vós, os caminhos que tinha pela frente.  O meu pai, principalmente, para além de alguns outros que me eram e são queridos, tinha-me amparado num luto complicado (na década anterior) como sabias, de meu primeiro marido.  Nesse mesmo ano em que ele foi, perdia um que também me era chegado, amigo e mentor..
Só me contaram depois.. pensando que me poupavam.. (não foi por mal, mas isto das despedidas......, enfim, como muitos não tenho mesmo jeitinho nenhum, mas temos de aceitar as coisas e celebrar a vida, celebrar a partilha dos momentos que temos uns com outros).  Voltei-te a ver com mais regularidade, o que por si só é/era motivo de grande alegria (e foi), numa altura complicada de sarar, novamente, ..pois tinha acabado de perder quem nunca imaginei perder.   ..precisamente quem tinha entrado na minha vida de forma intensa, há tantos anos, que sempre no coração um do outro se esteve, que antes de partir me transformou novamente numa miúda apaixonada, sem sentir o chão debaixo dos pés, sem saber onde se meter como uma adolescente.., sempre a corar..  As nossas vidas sempre se pareciam cruzar assim, em momentos de intensa emoção de uma forma ou outra, e sempre foste um querido, muito querido irmão escolhido, que qualquer um se orgulharia. )


Só te digo uma coisa mais, estou zangada com esse 'mafarriquento' estômago, de uma figa, que durante três anos ou lá o que foi parecia engolir toda a malignidade que vias pela frente e enfrentavas, e que em vez de a purgar, guardou-a toda..
Bandido estômago, que tanta lágrima agora nos faz verter.

Até já meu querido.

A tua vida é uma celebração. É um hino à vida, e pela parte que me toca, aquece-me a alma alguém como tu ter por cá andado.  Fizeste e continuas a fazer diferença no mundo (inspiravas e creio que continuarás a inspirar sempre muitos na vida).


O que te deixo é isto Ricardo, não é com o 'deveras', com a 'tromboníssima canalização' que te dava gozo, ou com o que mais recentemente tive de me ajeitar a "fazer", e que te fez romper em sorrisos (aquela coisa de quatro cordas, pfffff, logo eu.. cordas.. pfffffff, o que uma pessoa faz por.., para dar pica a terceiros para se espevitarem e porem mãos à obra..),
no entanto é como me sei exprimir há mais tempo.. e é do coração.
- encontrei-o e era para to dar pelo teu aniversário mas..



Um beijo.













(Podia trazer para aqui um de inúmeros poemas traduzidos por ti mas.., mas desta vez não)



Todos os dias, da janela da sala, ao entardecer,quando os primeiros farrapos de noite se insinuam pela cidade,quando os bandos de estorninhos transformam a longa palmeira em árvore canora,da janela da sala me chega o buliçoso vozear dos excluídos.Acorrem à distribuição de alimentos.No sagrado de Arroios se atropelam, insultam, namoram, comem;cada dia são mais. Alguns andrajosos,outros loucos,emigrantes do sonho etéreo de um Portugal de alcatrão e cimento,gentes que pela farpela se vê que já conheceram melhores dias,marginais,e idosos, tantos e tantos idosos.Uns chegam receosos, outros tímidos,há-os bêbedos, drogados, institucionalizados, fugidos, resignados,só há que escolher a cor, o modelo, o feitio, o consumo.Só sei que o supermercado da miséria me despertaum já não tão absurdo desejo de sofrer.
(da tua autoria) Publicado no teu Blogue há 4 anos, AQUI

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Resta-me deixar algumas das coisas escritas, por alguns outros que te traziam no coração.., e que de forma muito mais eloquente falam-te.


(e peço desculpa pois só vi alguns.  Como sabes, sou um pouco "feicebuquó-naba". Por isso só consigo colocar os que me apareceram e que saiba como apanhar a ligação, nem todos consigo, e queria, e, para além destes há mais, muitos mais)


- LINK


LINK



LINK


- LINK


- LINK


Quis colocar aqui uma ligação (embora não os coloque por nenhuma ordem especifica, mas queria colocá-lo logo de início, é lindíssimo.  É algo que escreveu uma tua querida amiga, uma grande mulher, a Sandra Duarte Moço), mas não consigo..
Por isso trago para aqui o que lá está:

«Para mim o Ricardo era assim. Tal e qual assim. Destemido, imponente, um verdadeiro Capitão.Somos almas gémeas na emotividade, no acreditar que na Luta está a nossa forma de estar. Digo que somos porque ele continua bem vivo para mim e serve-me de exemplo para as minhas lutas.O Ricardo nunca me conheceu em pé. Nunca, por nunca ser, vi no seu olhar um sentimento de pena. Sempre me tratou como alguém capaz de enfrentar tudo e todos. Sempre me deu força para que me levantasse contra todas as contrariedades da vida.
Um dos momentos que mais me marcaram até hoje foi vivido com o Ricardo.
Numa manifestação, já com uma prótese, encontrei o Ricardo. Levantei-me, abraçamo-nos e emocionámos-nos. Foi o melhor abraço de sempre. E ver lágrimas de felicidade a correr na face de um grande amigo por algo que conseguimos é, sem dúvida, a melhor recompensa do nosso esforço.
Nunca, por nunca ser, vou esquecer-te. És um dos meus faróis em dias de tempestade e de mar sereno. Capitão, para sempre meu Capitão!» 
 









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Deixaste de navegar neste mar de Humanidade para aportar noutros.. que nem sei se há ou se são outros.    (não sei a configuração do Eterno e de seu Mar Emaculado, mas sei que nos acolhe, pois nunca nos perde)




Não, não tenho jeito para despedidas e, confesso que não gosto mesmo nada de ter escrito este post, nadinha..

Até já, meu lindo.



(abraço grande, e muito solidário, aos outros que estão agora como eu (des)Ricardados)





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P.S. nem dei conta de se ter passado o dia de ter nascido a tua amada (tua, minha, e de muitos) Rosa Parks

Fica aqui, também, pois sei que fica mesmo bem.
Sei como gostavas dela.
- LINK






Sunday 1 February 2015

Sophocles seems to bring us a new Play - thank you / Sófocles - voltou e traz consigo uma nova peça

Há alturas em que não se pode cruzar os braços, não se pode ficar à espera, não se pode ficar indiferente.   Já nem é (e por mim, há muito que já nem é) uma questão de "esquerda / direita", é uma questão de humanismo, de livre arbítrio, e de dignidade, neste caso humano (de todos, todos mesmo sem excepção quanto a mim).   Há que agradecer, nem que seja por uns dias enquanto se faz marcha atrás para se estar menos "discrente".  



Thank you Yannis, and at least for the present moment, I also thank the rest of your collegues.  I wish you strength, stamina, courage and that the hard road ahead of you not hurt you in any way.
Thank you.


Obrigada











I shall also leave a LINK with an article written elsewhere in the early morning of January 27, 2015 - Guida Almeida     -  for whomsoever may wish to take a peak.







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The two version of Pitocrito, 200-180 a.C. Yves Klein, 1962 




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- and finally, posted some years ago here in this blog:









Resonance - Liberation

I have walked the walk of millions,
of those who had fallen, of others who had not. 
I've walked the ages, 
counted each imprisoned breath born from ordinal numbers 
and wept at your feet.

These wings on my back, tattered, worn,
Laced,
they hang with the dust of time,
hugging my body,
barely visible.  

 Looking back,  
Conquered, yet "Un-Conquested", 
bedded upon endless gardens, 
taken 
mysteries nearly plundered 
and unveiled... 

I weep at your feet.
Legion surrounding the lake 
as Aegle slumbering in grief, but in numbers, 
a multitude of wooded beings,
sleeping, 
I dreamt of you.

Rivers of time try to erase,
start anew
yet within the steadfast darkness 
of my silence
I have heard your words in Morphic Resonance 

- Come hither.. the world changes. Quick, hurry.. - 
From the shores I return,
we
turn
return
turn
in turn
turnin-g
arriving at each new angle 
360 degrees
... and back
and again
and back again.







poem written by Margarida Costa 
(aka: Guida Almeida, Guida Costa, Maria MFA Costa)
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(the above poem is in this article - LINK)












When the left hand is helped by the right hand I am finally taken to a place of respect I thought didn't exist.





These may be troubled times but for a momment, even if it be fleeting (I truly hope it is not), the darkened, heavy clouds that have been hovering above us seem to dissipate..










Wishing a good day to all.






Bom dia

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